Primeiro-ministro e negociadores da União Europeia chegam a um acordo sobre o Brexit
O Reino Unido estará a caminho de laços econômicos mais distantes com a União Europeia, o que tornaria o país mais pobre, caso o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ganhe apoio parlamentar para o acordo do Brexit acertado nesta quinta-feira (17).
Comparado com o pacto que sua antecessora, Theresa May, alcançou no ano passado - que o Parlamento rejeitou três vezes -, o acordo de Johnson visa menos alinhamento regulatório com a UE e maiores barreiras comerciais entre o Reino Unido e seu maior parceiro comercial.
"Isso é mais prejudicial do que o Brexit de Theresa May em termos de impacto econômico", avaliou Anand Menon, diretor para Reino Unido no Changing Europe, escritório sediado em Londres.
O Ministério das Finanças do Reino Unido e quase todos os economistas externos prevêem que o aumento das barreiras comerciais fará com que a economia britânica cresça mais lentamente do que se ficasse na UE, e os danos crescem à medida que as barreiras comerciais aumentam.
Com base no que se sabia dos planos de Johnson na semana passada, o Changing Europe estimou que eles tornariam os britânicos mais de 6% mais pobres em uma base per capita do que se o Reino Unido permanecesse na UE - o equivalente a 2 mil libras por ano a médio prazo.
Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, chamou o acordo de "boa notícia". Já o presidente do Banco Mundial, David Malpass disse que a clareza sobre o Brexit ajudará a reduzir as incertezas sobre o comércio e as perspectivas econômicas para o Reino Unido e a UE.
Mesmo com um acordo, o PIB britânico deve desacelerar, segundo Georgieva, embora tenha destacado que grande parte desse impacto já foi absorvido devido ao longo período desde a votação do Reino Unido para deixar o bloco em 2016.
O FMI projeta uma alta de 1,2% no PIB do Reino Unido em 2019 e de 1,4% em 2020.