Por Reuters


Presidente da XP, Guilherme Benchimol, comemora IPO da companhia na Nasdaq — Foto: Tiago Ribeiro/Divulgação

As ações da plataforma brasileira de serviços financeiros XP Inc fecharam em alta de 27%, a US$ 34, na estreia dos negócios na bolsa norte-americana Nasdaq nesta quarta-feira (11), depois da oferta pública inicial (IPO) realizada no dia anterior a US$ 27 o papel.

A oferta movimentou cerca de US$ 1,96 bilhão, sem considerar lotes adicionais de papeis. O preço de US$ 34 atribui à XP um valor de cerca de R$ 78,3 bilhões (US$ 19 bilhões), metade do valor do Santander Brasil, terceiro maior banco privado do país.

A operação marca o quarto maior IPO nos Estados Unidos e o maior do Brasil neste ano.

Na visão da equipe do Safra, o sucesso do IPO da XP chancela a perspectiva do mercado de que a empresa continua apresentando altas taxas de crescimento, se beneficiando da intermediação dos bancos no universo de investimentos, conforme nota a clientes.

"Acreditamos que o IPO traga um resultado positivo também para o Itaú Unibanco, de cerca de R$ 1,2 bilhão, com a reavaliação da participação do Itaú no patrimônio da XP. No entanto, merece destaque que a participação atual do Itaú na XP de 46% está avaliada em R$ 28,4 bilhões (considerado resultados não realizados), valor muito superior ao que o Itaú investiu R$ 6,3 bi em meados 2017."

Investimentos

O presidente-executivo da companhia, Guilherme Benchimol, afirmou a jornalistas que com a ampliação de sua oferta de produtos financeiros, incluindo cartões de crédito pela primeira vez, a companhia vai capturar uma parcela maior dos ativos de seus atuais clientes.

Benchimol estima que os clientes investem 45% de suas economias na XP, com o restante ficando com bancos de varejo. "A concentração bancária no Brasil é brutal", disse ele.

Fundada em 2001 como uma assessoria financeira independente, a XP acumula mais de 1,5 milhão de clientes e R$ 350 bilhões de reais sob gestão.

Questionado por jornalistas sobre aquisições, Benchimol afirmou que a XP "não temos planos de aquisição no radar". O executivo também descartou para breve planos da XP para entrar em outros mercados, enfatizando que o foco por ora é ampliar negócios no Brasil.

Nesse sentido, a XP prioriza obter a licença para ter um banco próprio, o que lhe dará flexibilidade para ofertar mais serviços aos atuais clientes da plataforma, disse ele.

Benchimol disse ainda que avalia futuramente listar ações da XP também na bolsa brasileira B3, quando eventualmente houver uma regulamentação sobre o chamado voto plural, que permite que alguns sócios tenham mais poder do que outros.

Histórico

A operação de terça-feira marcou a segunda vez que a XP buscou o IPO. Em 2017, a empresa estava perto de listar suas ações quando fechou um acordo com o Itaú Unibanco, que pagou R$ 6,3 bilhões em dinheiro e ações por uma participação de 49,9% na empresa.

Nos nove primeiros meses de 2019, a XP teve receita total de 3,44 bilhões de reais, enquanto o lucro líquido atingiu 692 milhões.

O IPO da companhia foi assessorado por Goldman Sachs, JPMorgan Chase & Co, Morgan Stanley, Itaú BBA, XP Investments, BofA Securities, Citigroup, Credit Suisse e UBS.

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